Rock Alive

Sábado rolou o 1º Rock de Tribo com 5 bandas que quase botaram abaixo o Sindicato dos Metalúrgicos. A Spy Head abriu a festa numa tarde quente com um metal de primeira, harmônicos, solos e agudos brilhantes que começaram o evento com força. Logo depois subiu ao palco o Scratchy que veio direto da capital para abrilhantar o Rock de Tribo, e assim o fizeram, com um som rápido forte que combinava perfeitamente com a tarde quente e a cerveja gelada. Inventiva, como carta marcada da cidade, fez o show de lançamento do novo Ep Merda com Alho com direito a guitarradas de pés descalços e pegada num som visceral que quem já ouviu a banda sabe que surpresa faz parte do set list. Instinto sobe ao palco em mais um show nervoso, levando a galera a suar a camisa num final de tarde fervendo. Com a noite caindo e a temperatura enfim baixando sobe ao palco o X4, com o necessário pra sentirmos o mormaço do HipHop’n’Roll do Gueto, com a presença marcante e apavorando nas rimas e riffs os Rueiros do X4 tomaram o palco na mistura brilhante de Rap e Rock que fez os presentes sentirem, ao final do Rock de Tribo que valeu a pena ter comparecido e curtido do inicio ao fim.

Apesar dos shows que valeram a tarde e a galera que compareceu acho instigante que não consigamos levar pessoas novas a esses eventos, um dos intuitos do Rock de Tribo era promover interação entre públicos e percebemos que o público presente, quando não vai para assistir exclusivamente o show de seu amigo, são as pessoas que sempre podemos contar em eventos como esse. Acho que poderíamos aproveitar muito mais se cada banda comparecesse no evento com o real intuito não só de tocar, mas de participar e curtir os outros amigos músicos, nós da Rock Alive (tal qual uma grande parte da galera independente da cidade) acredita que para alimentar a cena precisamos nos unir e ae não estamos falando do sucesso financeiro do evento e sim do sucesso cultural, de interação e integração. Então, mais que tocar e chamar a galera precisamos levar bandas novas a ouvidos novos e precisamos ajudar a levantar a cultura do “novo” . Não estamos nos queixando e longe da gente falar que foi um tiro n’água ou que esse foi o ultimo evento que fazemos, pelo contrário, não vamos parar, vamos nos unir e buscar reforço. Não queremos colocar peso no ombro das bandas, até por que isso seria insensato já que todas compareceram e mostraram a que vieram no palco. Isso é mais um alerta para nós mesmos, como um monólogo em público, precisamos buscar meios de embarulhar novos ouvidos, de abrir novas cabeças e só faremos isso unidos.

Mais uma vez só temos a agradecer ao C4 Som que montou um palco profissa, ao Sindicato pelo espaço, às bandas e a quem compareceu, esses sim tenho certeza que não se arrependeram e aos que não foram fica o desejo de, como o X4, serem mais rueiros.